As pessoas são particularmente ruins quando precisam prever o futuro da própria felicidade, diz um estudo que sugere que parte desse erro de interpretação é a falta de sensibilidade na hora de reconhecer o papel da própria personalidade quando se determinam as reações emocionais diante dessas situações possíveis.
A pesquisa, publicada no periódico Psychological Science, foi conduzida por Jordi Quoibach, da Universidade de Liege, na Bélgica. O pesquisador e Elizabeth Dunn, colaboradora da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, chegaram à conclusão de que nossos humores são determinantes na hora de prever o nível de felicidade quando enfrentamos determinados eventos. Os pesquisadores também dizem que ao ignorar nossos traços de personalidade nós acabamos calculando mal nossos “sentimentos futuros”.
Quoibach e Dunn denominaram esse fenômeno de “negligência de personalidade”, e testaram a hipótese nas eleições americanas em 2008, e somente agora finalizaram a análise dos dados. Para o teste, diversas pessoas – todas não americanas – tentaram prever sua felicidade após uma eleição que foi acompanhada por gente do mundo todo. Após o final da eleição, esses participantes preencheram um novo questionário sobre seus sentimentos no momento e completaram testes de personalidade.
Apesar de em um primeiro momento os traços de personalidade dos participantes não influenciar suas predições emocionais – a grande maioria dizia que ficaria feliz com a vitória do atual presidente americano, por motivos diversos – após o evento seus reais sentimentos seguiam a linha de suas personalidades. Pessoas mais negativas e céticas demonstraram sentimentos negativos (como era de se prever), enquanto as pessoas com uma visão mais positiva da vida também seguiam o mesmo padrão. De acordo com os pesquisadores, ao que tudo sugere, as pessoas com traços de personalidade mais positivos acabaram predizendo melhor seu futuro emocional.
“Talvez seja de grande ajuda saber quais são seus traços de personalidade antes de tomar uma grande decisão. Isso vai ajudar a prever seu sentimento”, diz Quoibach. Isso vale, diz, para quando se for planejar as férias. Algumas pessoas podem não ter de planejar tudo perfeitamente para se sentirem felizes (elas ficariam bem de um jeito ou de outro). Ao contrário, caso a pessoa seja mais negativa e sensível ao que pode dar errado, é melhor que ela se planeje cuidadosamente, afinal, cada erro irá irritá-la profundamente. “Melhor que focar no evento é saber mais sobre si próprio e traçar estratégias que a façam feliz”, finaliza Quoibach.
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com informações da Association for Psychological Science
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