Transtornos de comportamento – como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, a hiperatividade isoladamente, a personalidade antissocial, entre outros – em adolescentes podem aumentar em 30% o risco de morte em acidentes envolvendo automóveis, seja na condução desses ou no simples desrespeito às regras necessárias para a segurança no trânsito.
Para se ter uma ideia da importância do resultado da pesquisa, o aumento desse tipo de risco é similar ao encontrado em pessoas com epilepsia, por exemplo, uma condição muito mais incapacitante. O estudo foi feito por Donald Redelmeier e uma equipe de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, e publicada no periódico PLoS Medicine.
Os dados coletados pela pesquisa somam-se a outros que indicam que os adolescentes e jovens adultos homens, ao menos na América do Norte, são responsáveis pelo dobro de acidentes de trânsito comparado com outras faixas etárias.
O estudo de Redelmeier acompanhou durante sete anos diversos grupos de jovens com idades entre 16 e 19 anos e que haviam se acidentado no trânsito e necessitavam de cuidados hospitalares, comparando os dados colhidos com grupos similares, mas em condições de saúde com menos risco de morte (apendicite, por exemplo).
Durante o período do estudo, mais de 3.400 jovens foram admitidos no hospital onde ocorria a pesquisa por causa de acidentes de trânsito. Outros 3.800 indivíduos do grupo controle, com condições de saúde menos graves, também deram entrada nesse mesmo hospital. A partir de entrevistas e questionários aplicados, os pesquisadores observaram que os transtornos de comportamento eram mais presentes no grupo dos acidentados de trânsito (10% superior ao observado nas outras condições de saúde).
Os pesquisadores apontam que esses transtornos podem ser considerados como um fator para o aumento no risco de internações relacionadas a comportamentos inadequados no trânsito. “Uma maior atenção dos médicos e profissionais de saúde mental é necessária para que esse risco seja reduzido, resultando em menos mortes e internações desses indivíduos, isso sem contar outras vantagens em outras áreas da convivência social”, explicam os autores.
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com informações da PLoS Medicine
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