Pessoas que se sentem socialmente rejeitadas são mais propensas a ver a reação alheia como hostil e tendem a se comportar mais agressivamente com pessoas que elas pouco conhecem ou mesmo que não chegaram a ser apresentadas. Uma nova pesquisa tenta explicar como o sentimento de rejeição e comportamento agressivo são complementares.
Os resultados de um estudo feito por Nathan DeWall, da Universidade do Kentucky, podem explicar porque a exclusão social é normalmente associada à agressão e pode levar à casos de violência, como a observada nas escolas, por exemplo, ou mesmo o comportamento de certos motoristas no trânsito
“Estudos preliminares mostraram que a maioria dos agressores em escolas, e isso inclui o caso dos atiradores em escolas americanas, experimentaram, em alguma fase da vida, o sentimento de rejeição de seus colegas”, diz DeWall. “Mesmo sabendo que nem todos que sentiram esse sentimento podem reagir violentamente, nós encontramos dados que sugerem que esses indivíduos podem vir a agir agressivamente de outras maneiras e em outras situações. E nós queremos entender porque isso acontece.”
Estudos indicaram o sentimento de revanchismo generalizado
DeWall conduziu uma série de experimentos com mais de 190 participantes, todos estudantes universitários. Em um dos experimentos os participantes eram convidados a preencher um questionário que deveria ser um teste de personalidade.
A partir desse questionário, um grupo recebeu uma análise fictícia e neutra de seus perfis. Em outro grupo – dos que se tinham algum sentimento de rejeição – a análise fictícia recebida era negativa e dizia que eles provavelmente “terminariam a vida solitários”. Um terceiro grupo recebeu a análise completa e real (esses indivíduos foram usados de parâmetro para as respostas ao experimento dos outros grupos).
Após essa primeira fase os participantes eram convidados a classificar um texto de um autor que eles não conheciam. Eles então foram informados que o autor do texto estava sendo indicado a um cargo de pesquisador e somente seria aprovado para o cargo se as análises dos participantes do estudo fossem positivas.
As pessoas que exibiam um sentimento de exclusão, e que haviam recebido uma análise “depreciativa” de seus perfis psicológicos tiveram um grande sentimento negativo quanto ao texto, mesmo que não tivesse sido observado nenhuma variação de humor sensível. No grupo de controle, mesmo as análises mais negativas não chegaram ao nível do grupo dos “excluídos”.
“Os dados desse, e de outros experimentos, sugere que essas pessoas se sentem traídas pelos outros. Em resposta, elas vêem outros indivíduos como hostis ou sendo agressivos contra eles, o que pode levar a uma reação negativa generalizada”, diz DeWall. “E a maioria dos participantes que experimentavam algum tipo de rejeição social agiram dessa mesma maneira ‘vingativa’.”
Outras pesquisas apontavam para o fato de que as emoções dessas pessoas eram peça central nesse tipo de agressão, mas os estudos de DeWall refutam a ideia. “Pessoas com sentimento de exclusão vêem o mundo com um filtro de agressividade gratuita, e esperamos que nossa pesquisa aponte um caminho para entender porque a rejeição causa essa agressividade e o que podemos fazer para prevenir esse tipo de comportamento”, finaliza DeWall.
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da Redação
com informações da Kentucky University
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