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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Violência e Agressividade



“Estaremos a tornar-nos cegos perante as evidências?”



Este é o trabalho de Filosofia de carácter obrigatório do 3º Período. Neste trabalho iremos apresentar o tema da Violência e Agressividade.
A maior parte das pessoas pensa que a violência se manifesta apenas quando há recurso à violência física, mas não é verdade: a violência engloba também a violência verbal e psicológica. Pode ser praticada por qualquer pessoa, contra qualquer ser. Agressividade é um complemento da violência e neste trabalho pretendemos demonstrar as diferenças ou semelhanças entre ambas.
Escolhemos este tema porque a violência é um problema que atinge milhares de pessoas e não só as crianças, adolescentes ou as mulheres. É praticada por qualquer pessoa e pode ser realizada contra quase tudo – pessoas, animais e objectos. É um tema que possui muitas vertentes.
Realizamos este trabalho em busca de mais conhecimento próprio e enriquecimento da nossa cultura pessoal. Este género de assunto não é debatido em muita profundidade na comunicação social. Dado que é bastante falado – e é cada vez mais comum – não queremos “cegar” perante as evidências pelo que vamos procurar conhecimentos que nos permitam avaliar correctamente as situações com que nos deparemos quer de forma directa quer indirecta.




Violência é a conduta que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objecto. Recusa a autonomia, prejudica a integridade física ou psicológica chegando a atentar contra a vida de outrem. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado.
A noção de violência afasta-se da de força, palavra que no quotidiano costuma estar presente quando se pensa em violência. Enquanto força designa, em termos filosóficos, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela acção devassa, impaciente e baseada na fúria, que não tenta dialogar ou fazer prevalecer a sua opinião, apenas o demonstra a partir da violência.
Considera-se violência explícita quando as normas ou regras morais sociais são desrespeitadas. Mas, uma vez que nem todas as sociedades partilham as mesmas normas, também o conceito de violência varia.

Agressividade é a tendência humana de ter vontade de cometer um acto de violência contra outro humano. Pode ser também o conjunto de tendências que se concretizam em condutas que pretendem causar danos a outras pessoas, destruí-las, coagi-las ou até mesmo humilhá-las.
Muitas vezes a agressividade é, por motivos religiosos ou culturais, comparada a violência ou destrutibilidade quando, na realidade, os dois últimos são comportamentos patológicos da conduta humana que podem pôr em causa a sobrevivência da espécie enquanto a agressividade é um fenómeno comum no dia-a-dia.
A pessoa agressiva é alguém que reage a tudo como se fosse uma disputa, uma prova às suas capacidades mentais. A competição passa a fazer parte da sua vida e desde cedo esforça-se para nunca falhar, nunca ser excluído. Para uma pessoa agressiva por natureza, a crítica é avassaladora.
É importante salientar que a sociedade amplia o conceito de agressividade, chegando ao absurdo de considerar a sinceridade e a autenticidade como resultados de agressividade.
Na sociedade competitiva em que vivemos todas as decisões são tomadas tendo em consideração possibilidade de agressão quando o nosso espaço pessoal é violado. As consequências destas acções não são apenas os efeitos da agressividade em si como também da culpa resultante.
No entanto deve-se ter em mente que tais comportamentos são úteis no âmbito da reflexão profunda sobre o tipo de reacção necessária para demonstrar os verdadeiros sentimentos perante os outros. O obstáculo deste processo passa por descobrir como o fazer sem causar demasiados danos.
Para explicar porque determinadas pessoas reagem de certas maneiras a diferente situações há a necessidade de citar o complexo de inferioridade, complexo em que alguém acredita completamente, desde a sua infância, que é menos que qualquer outra pessoa. Como consequência a pessoa desenvolve uma personalidade tímida e retraída e em situações sociais tende a criar muita raiva e ódio para se compensar psicologicamente.
Para o desenvolvimento de uma relação sem agressividade são precisas paciência, dedicação e confiança.




O praticante de agressão verbal ataca a sua família mesmo na presença de desconhecidos. Uma vez que precisa de menos força física a mulher tende a especializar-se neste tipo de violência.
A violência verbal consiste em agredir directamente sem uso de força física. Um agressor pode agredir pelo que diz ou pelo que não diz.
Um agressor verbal pode também ofender moralmente o agredido. Criticando o seu trabalho, o corpo, ou a forma de realizar determinadas tarefas.


Agressão física é praticada quando é usada a força com o objectivo de ferir. Normalmente o agressor aplica murros ou estaladas, agressões com objectos ou queimaduras.
As formas de agressão física variam consoante o agredido e o agressor. Se a vítima for um homem é natural, uma vez que possui maior força física, que o acto de agressão seja praticado por terceiros como profissionais contratados ou durante o sono do agredido.
Apesar de todas as medidas de precaução, apesar de toda a protecção dada a crianças e adolescentes, o número de agressões praticadas por estas contra pais, avós e outro familiares tem vindo a aumentar.
O álcool é uma agravante do comportamento agressivo. A Embriagues Patológica é o estado em que a pessoa que bebe se torna muito agressiva e por vezes não se relembra do que fez durante os seus ataques de ira. Além de alcoólicos, os chamados portadores de Transtorno Explosivo de Personalidade são também grandes agressores. Tanto a Embriagues Patológica como o Transtorno Explosivo têm tratamento.


É errado pensar que agressão emocional é menos grave que a física, por vezes é tão prejudicial como a física. É caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições. Este género de agressão não deixa marcas visíveis no corpo mas marca para sempre o espírito de quem as passa.
O tipo mais comum de agressão emocional é o de comportamentos histéricos em que o agressor tenta satisfazer a sua necessidade de atenção e carinho mobilizando membros da família no seu auxilio por meio de alguma doença, dor ou problema, algo que exija cuidado e tolerância. Este género de agressão é maioritariamente praticado por mulheres.
Outra forma de agredir emocionalmente é fazer o outro sentir-se inferior, dependente ou culpado. É uma agressão dissimulada terrível porque quando bem realizada, quando todos os aspectos estão perfeitos prejudica interminavelmente o agredido. O agressor sente-se realizado quando o outro está diminuído. É o género de agressão praticada por pais contra filhos que não se saem exactamente como eles quereriam.
A oposição e aversão são ainda outro tipo de agressão. Quem pretende agredir comporta-se contrariamente ao que se espera delas. Justificam as suas atitudes como se fossem plausíveis ou totalmente irrelevantes, inevitáveis, insignificantes ou correctas. Estas são atitudes praticadas por maridos e por esposas.
Ameaças de agressão física sem a sua concretização são agressão emocional mesmo não havendo agressão directa.




A violência doméstica é qualquer acto, exclusão ou gesto que provoque sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos. Estes ferimentos podem ser feitos de modo directo ou indirecto, por meio de ameaças, enganos, coação ou qualquer outro meio.    Qualquer pessoa pode ser agredida quer habite na mesma casa tais como os pais, filhos, conjugues, companheiros ou namorados, jovens e maus tratos a idosos, quer não habite na mesma casa que o agressor e seja conjugue ou ex-conjugue, companheira ou ex-companheira, ou tenha uma relação de parentesco directa.
Agressão directa é quando o agressor atinge a vítima sendo esta uma pessoa querida e próxima e/ou faz a destruição de objectos e acessórios do mesmo.


O abuso sexual é uma conduta sexual praticada com uma criança por um adulto ou por outra criança mais velha.
A nível psicológico e emocional os danos provocados pelo abuso sexual contra uma criança são gigantescos. Apesar de qualquer número que se possa dar à quantidade de casos tem de se ter em conta que a quantidade real é muito superior, pelos mais diversos motivos, vergonha, medo, ameaças, poucas são as crianças apoiadas pelas famílias a apresentar queixa.
O abuso sexual pode ser praticado pela família, o pai, padrasto, irmão ou qualquer outro parente. Pode também ter início fora de casa, em casa de amigos, vizinhos, professores ou mesmo desconhecidos.

O trabalho infantil é qualquer tarefa remunerada realizado por crianças ou adolescentes com idades inferiores à idade mínima legal permitida para o trabalho, conforme a legislação de cada país. Por norma a idade que se permite legalmente ao menor para trabalhar é entre os 14 e 16 anos.
Na generalidade o trabalho infantil é proibido e punível por lei. As constituintes mais cruéis de trabalho infantil são consideradas crime grave, como o trabalho escravo, a venda ou tráfico de menores e a pornografia de menores.

O bullying descreve actos de violência física ou psicológica praticadas por alguém ou por um grupo para intimidar ou agredir alguém. A própria palavra “bully” representa alguém mais forte, que comete agressões contra os mais fracos mas provavelmente fora também agredido por alguém mais forte que ele.
Essencialmente o bullying tem 3 elementos principais: um comportamento agressivo e negativo que é cometido várias vezes uma vez que há um desequilíbrio de poder na relação entre agressor e agredido.
O bullying pode ser directo ou indirecto (agressão social). O bullying directo é maioritariamente cometido por agressores masculinos, o indirecto é comum a agressores do género feminino ou crianças pequenas, é caracterizado por espalhar rumores, recusa de socializar com a vítima, intimidar quem socializar e criticar constantemente a vítima.

Assédio Moral

O assédio moral faz parte da violência no trabalho. Quando um trabalhador está a ser submetido a situações constrangedoras ou humilhantes por tempo prolongado durante a execução das suas tarefas no dia-a-dia está a ser alvo de assédio moral.
Normalmente este género de assédio é perpetuado por o empregador que se aproveita da sua posição para exercer pressão sobre o seu funcionário de forma a obter o que deseja. Usualmente as acções praticadas contra o assediado têm o objectivo de o humilhar publicamente no trabalho. Os assediadores podem também optar por prejudicar a imagem do profissional humilhando-o. Para conseguirem apoio na sua perpetuação de humilhação procuram adeptos que conseguem através de armas psicológicas.
Quem agride moralmente retira prazer da sensação de poder com que fica após humilhar. Os grupos de assédio moral formam-se por diversas pessoas que ou gostam também de humilhar e abusar do seu poder ou tem medo de perder os seus empregos.
Este género de violência pode ultrapassar a barreira moral que fornece ao agressor prazer e passar para um estado mórbido de gozo que implica e incita a violência física.
Por vezes é difícil a vítima provar que houve agressão por ser algo privado e sem pessoas que possam testemunhar.


As desordens alimentares têm duas variantes principais: anorexia e bulimia. Um dos sintomas primários é a alteração emocional e comportamental. Pessoas com estes distúrbios criticam constantemente uma determinada parte do corpo ou o peso e começam a isolar-se socialmente. Mantêm uma rígida dieta mesmo estando proporcional.
Para se desenvolver uma Anorexia Nervosa e Bulimia é preciso o paciente passa primeiro por uma Dismorfia Corporal, caracterizada pela obsessão com uma parte do corpo, e causa um grande sofrimento psicológico.
Na sociedade actual o conceito de beleza passa por ser jovem, magro e bonito. Deste modo a sociedade em geral mas os adolescentes em particular são levados a acreditar que modelos e actores são protótipos a imitar.



Após a conclusão de todo o trabalho apercebemo-nos que a violência está muito além daquilo que acreditávamos ser possível.
Compreendemos que o conceito de violência abrange pequenos actos que não são óbvios, pequenas acções que passam despercebidas se não estivermos atentos.
Todavia é um assunto que merece maior divulgação uma vez que as vítimas não são apoiadas. Uma vítima de agressão sofre a vergonha de ser agredida e a vergonha de pedir ajuda, da mesma forma alguém que tente ajudar um agredido não sabe como o fazer devido à falta de informação.
Deixando de parte a violência e focando-nos apenas na agressividade é incrível o poder que a persuasão tem. A mera consciência de que tal instinto existe permite que haja um maior controlo sobre as nossas acções.
A agressividade negativa tem a característica de deixar uma marca, um trauma que não pode ser esquecido e que com o passar do tempo a pessoa nunca esquecerá alguém que lhe tenha causado danos, sejam estes físicos ou psicológicos.
No entanto o objectivo do trabalho era tentar definir se a sociedade actual não estará a fechar os olhos à violência e é a essa questão que pretendemos responder.
Infelizmente vemos ambos os prismas. Á base legal vários progressos foram feitos, as leis abrangem novas modalidades de agressão e os meios de combate a essas agressões são mais eficazes e rápidos. No entanto não se incentiva a participação de casos de violência e há pouca informação de como ajudar um agredido.
Muitos dos casos de agressão não são participados pois o agredido é completamente subjugado pelo agressor, de uma forma tão complexa que ele acredita realmente ser impotente face ao poder superior do outro.
Além das dificuldades em convencer alguém a apresentar queixa à polícia as próprias forças da lei muitas vezes são impotentes porque sem provas não podem formar um caso e se o agressor descobre que foi feita queixa à polícia as consequências são devastadoras para o agredido.
Chegámos ao consenso que apesar da sociedade estar a abrir os olhos para a violência que a rodeia não consegue todavia proteger-se dela, ainda. No entanto mantendo o ritmo de progressos actuais dentro de pouco tempo o sistema será optimizado permitindo desta forma uma ajuda completa e fácil a quem considerar que está a ser privado de executar o seu direito básico à felicidade sem medo de ser agredido.
A nossa sociedade evoluiu de uma época em que todas as disputas eram resolvidas à base da força bruta. Nos dias que correm a violência está ainda muito presente no subconsciente de cada pessoa. Recorrer à agressividade é um impulso que todos os humanos têm mas que vários aprenderam a controlar no entanto alguns devido a uma ou outra circunstância atenuante não conseguem.
No entanto após a realização do trabalho continuamos sem certezas absolutas acerca da posição da sociedade face às crescentes necessidades das pessoas. As forças policiais ajudam mas são-lhes impostos limites, os amigos ou conhecidos de um agredido também tentam auxiliar mas a maior dificuldade é a de ser ouvido sem se ter provas concretas. Não é possível legalmente apresentar uma queixa completa e formal sem que o agressor seja informado, sem que se apresentem provas concretas de que foi cometida agressão contra a vítima e muitas vezes as queixas não são completamente apresentadas, algures por entre a papelada que se tem de apresentar as vítimas desistem porque não é um pedaço de papel que as vai proteger contra os punhos fortes do seu agressor ou contra o poder do seu opressor.

Tao Te Chig disse que “ao conhecer os outros demonstra inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria.”
Mas alguém que comete actos atrozes contra a felicidade, contra a liberdade de outra pessoa demonstra que não tem a menor sabedoria pois não consegue compreender que apesar de momentaneamente parecer que tal acto lhe proporciona um enorme prazer com o passar do tempo esse prazer dissipa-se e a culpa permanece.
 Wharton defendia que “Se ao menos pudéssemos parar de tentar ser felizes, poderíamos diverti-nos muito mais.”
Um agressor não entende que se cessar de tentar submeter outra pessoa a humilhação para ter a sua dose de felicidade pode encontrar essa mesma felicidade em diversos outros locais.
Henry Boyle uma vez disse que “A viagem mais importante que fazemos na vida é a de encontrar com os outros o meio-termo.”



Esperamos que através do nosso trabalho se consiga ver que a violência nos dias que correm é cada vez mais praticada e já não se esconde. Numa sociedade em que muitas liberalidades não são permitidas a violência implícita é vendida publicamente sem que se tomem medidas.
Não nos podemos deixar levar por este tipo de situações que, de dia para dia se tornam mais evidentes e mais vulgarizados. Não podemos ficar calados perante estas situações, mas devemos agir de forma a termos


Bibliografia:

- http://www.apav.pt/pdf/violenc_domest_2006.pdf
- http://copodeleite.rits.org.br/apc-aa-patriciagalvao/home/index.shtml
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia
- http://www.violencia.online.pt/
- http://www.fmh.utl.pt/aventurasocial/pdf/Violencia.pdf
- http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fe5.htm
- http://www.fjuventude.pt/programas/sites/violencia/
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia_dom%C3%A9stica
- http://www.psiqweb.med.br/infantil/violdome.html
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorismo
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_moral
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
- http://sol.sapo.pt/blogs/oidotsuc/archive/2007/03/11/VIOL_CA00_NCIA-DOM_C900_STICA.-SEMPRE-ABAFADA_3F00_.aspx
- http://antonioaraujo_1.tripod.com/psico1/portugues/agressao/agress.html
- http://www.virtualpsy.org/infantil/abuso.html


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