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segunda-feira, 21 de março de 2011

Ensinando a criançada a comer direito



São Paulo - A nutricionista Cláudia Lobo, 39 anos, prova em seu livro ''Comida de Criança - Ajude seu Filho a se Alimentar Bem Sempre'' que é mais do que possível oferecer aos pequenos qualidade nas refeições, por mais que o tempo seja escasso, os fast foods seduzam e as birras sejam frequentes. O trabalho está direcionado para a fase dos 2 aos 12 anos, quando os hábitos alimentares são formados. 

''É o momento ideal para cuidar disso porque, além da facilidade e rapidez em conseguir mudanças, esses costumes perdurarão por todas as outras fases da vida'', avisa a autora. ''É o momento em que as crianças descobrem seus sentidos e definem suas preferências.'' 

No seu primeiro livro, Cláudia fala sobre nutrição para os pequenos, derruba mitos, dá dicas para incluir no dia a dia opções saudáveis e até ensina receitas práticas e rápidas. Ela mesma colocou em prática o que escreveu. Afinal é casada, tem dois filhos - Lucas, 7, e Beatriz, 5, e se divide entre as tarefas domésticas, familiares e profissionais. 

Qual o principal motivo para as crianças serem tão birrentas com comida? 

Elas são egocêntricas por natureza, faz parte do seu desenvolvimento. Por isso, lutam com todas as suas armas para conseguir aquilo de que mais gostam. Com a comida não é diferente. Elas têm suas preferências mas, diferentemente dos adultos, não aceitam abrir mão desses alimentos preferidos em benefício de outro considerado mais saudável. 

Você fala que os hábitos dos pais influenciam a formação alimentar dos filhos. Então a culpa é deles? 

Não usaria a palavra culpa, pois a má alimentação das crianças pode se dar por um conjunto de fatores. Mas para uma educação alimentar eficaz e eficiente é imprescindível que os pais deem o exemplo. As crianças se espelham naqueles a quem admiram e confiam. 

Diante das recusas sistemáticas, muitos pais cedem aos desejos da criança. Eles deveriam ser mais enérgicos? 

Sim! Os pais não ceder devem às artimanhas que as crianças usam para conseguir aquilo que querem, com birra, choro, chantagem, recusa do alimento ou do prato inteiro, greve de fome, greve de banho e carinha de abandono. 

Como os pais devem agir? 

Precisam aprender a ser pacientes, seguros, firmes (com amor) e não se deixarem levar pela ideia de que, se não cederem, a criança passará fome. Qualquer criança em seu estado físico e mental normal não morrerá por inanição espontânea. Ou seja, a sensação de fome que a criança sentirá por algumas horas caso decida não se alimentar nos horários certos com os alimentos apropriados, não lhe fará mal algum. A tornará mais humilde, a convencerá de que os pais realmente estão falando sério e se alimentará muito melhor na próxima refeição. Se a criança sempre vence a batalha, recusas e artimanhas serão cada vez mais sistemáticas e enérgicas.
Agência Estado

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