O ser humano experimenta, basicamente, três formas de amor, identificadas pelos antigos gregos como:
Eros, que está centrado na dependência dos parceiros;
Filos, que se baseia na segurança;
Ágape, o amor incondicional.
RELACIONAMENTO ÁGAPE
Aquele que você sente amor pelo homem que seu parceiro é, não separando-o em qualidades e defeitos, ou alocando-o em uma forma estereotipada exigida pela sociedade, mas como um Ser Completo, íntegro, que compartilha contigo intimidades sexuais e morais, sociais e mentais. Um amante, um parceiro, um amigo, um companheiro. Não amamos por causa de, ou apesar de... apenas pelo sentimento. E o coração não nega - ele existe, pulsa, pode não ser uma chama flamejante como o amor de eros, mas inunda-o de prazer e calma, relaxa, tranquiliza. Traz segurança, crescimento, amadurecimento, e passo-a-passo trilha-se um caminho que os torna mais cúmplices, mais verdadeiros um com o outro. Não há raiva ou mágoa, muito menos ressentimento guardados, porque acima de tudo há Amor. Como no caso dos filhos, que não guardamos ódio pela quebra da televisão ou perda da carreira, há o mesmo sentido em relação ao homem-ágape.
Você deixa-o livre, porque sabe que é um ser individual, e sente a mesma reciprocidade. O comprometimento que existe deriva do sentimento que os une, não da posição social ou financeira; há tranquilidade e paz. Aqui, como nos demais, é lógico que pode surgir desejo por outras pessoas, mas somente nessa fase o desejo será encarado como "atração por alguém belo", e nada mais do que isso. Saciados, satisfeitos, não estão carentes ou desprovidos de algo, apenas ainda são humanos e sabem o que é beleza e sedução. Não há jogos, estratégias ou máscaras - simplesmente porque naõ existe a tentativa de aprisionar alguém. Há plena segurança do sentimento que um sente pelo outro.
Dizem que esse Amor só encontramos em relação a filhos; pois quando unidos ao sexo oposto, misturamos desejo e paixão, e nos tornamos possessivos e críticos, desejando ser amados como amamos, às vezes mais do que amamos, jamais menos. Dar implica em receber, sempre. Bem, quem pensa assim é porque ainda não
ultrapassou a terceira fase de um relacionamento - a paixão, o desapaixonar-se, a reconquista, o re-começo, e enfim, o relacionamento. Normalmente estamos sempre correndo, buscando, e esquecemos de fazer do encontro uma união, achando que em outro poderemos encontrar logo a fase ágape, pulando etapas de sofrimento e mágoa. Ledo engano: amar é um eterno aprendizado, e quanto mais amamos, mais sentimos que não sabemos nada dessa força mágica e poderosa.
Terminando, há quem diga que o Amor teria três faces - Eros, Afrodite e Pã; e um relacionamento para a vida inteira passaria inevitavelmente por todas. A conquista da junção seria individual, e dependeria da força do sentimento individual, e da capacidade de relacionar-se, bem como da perseverança em trilhar o caminho em direção a um Amor ágape.